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19 de Abril de 2024

É o fim do “Baile da Gaiola”? Justiça determina prisão de DJ Rennan da Penha

Rennan é acusado de associação ao tráfico de drogas. No processo, testemunha aponta ele como o "DJ dos bandidos".

Publicado por Conteúdo Legal
há 5 anos

Na última quarta-feira (20/03), o Poder Judiciário do Rio de Janeiro expediu mandado de prisão de 11 homens envolvidos no “Baile da Gaiola”, maior baile funk do Rio, realizado na Vila do Cruzeiro.

Entre eles, Renan Santos da Silva, conhecido como DJ Rennan da Penha, idealizador do "Baile da Gaiola". Ele foi condenado por associação ao tráfico de drogas com pena prevista de seis anos e oito meses em regime fechado.

O crime de associação para o tráfico está previsto no artigo 35 da Lei nº 11.343 de 2006. Trata-se de crime doloso, com especial fim de traficar drogas ou maquinários.

Para ser configurado, requer o agrupamento de pelo menos duas pessoas, com ajuste prévio e certa estabilidade de propósito. É um crime autônomo, pois para que esteja caracterizada a associação para o tráfico é dispensável o êxito nas práticas dos crimes dos artigos 33 e 34 da Lei de Drogas.

Com relação ao andamento deste processo judicial, o DJ foi inocentado em primeira instância, mas depois de recurso do Ministério Público do Rio (MP-RJ) o artista foi condenado.

Na decisão, o desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da Terceira Câmara Criminal, aponta que Rennan tinha a função de “olheiro” ou “atividade”, relatando a movimentação dos policiais.

No processo, uma testemunha aponta Rennan como "DJ dos bandidos", "sendo ele responsável pela organização de bailes funks proibidos nas comunidades do Comando Vermelho, para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas".

Uma outra testemunha informou que a participação de Rennan dentro da organização criminosa, era "informar a movimentação dos policiais, por meio de redes sociais e contatos no aplicativo WhatsApp”. Ele teria usado as frases “o Caveirão está subindo pela Rua X” e “a equipe está perto do ponto tal” para dar informações aos traficantes.

Um pedido de habeas corpus foi apresentado à Justiça para Rennan aguardar em liberdade a decisão de terceira instância. Segundo a defesa, caso o pedido não seja acatado, o DJ será apresentado.

“Tirar uma pessoa que saiu de uma comunidade carente e ascendeu a um nível de artista para encarcerar? Com qual objetivo? O que ele fez de errado?”, questionou o advogado de Rennan Nilsomaro Rodrigues. Ainda segundo ele, o DJ tem shows marcados até o fim de julho deste ano.

A investigação aponta ainda que Renan tinha fotografias ostentando armas de grosso calibre. A defesa nega as acusações. “Isso aconteceu há uns anos, quando ele estava começando. Fez alusão a um fuzil mas era réplica, um simulacro. Nesse aspecto, ele já foi julgado e absolvido pela juíza [em primeira instância]”, disse o advogado.

Nas redes sociais, fãs do DJ mostram insatisfação com a decisão.

Tema de diversas músicas, o" Baile da Gaiola "já apareceu em letras de Dennis DJ, Mc Livinho, Mc Maneirinho e Mc Kelvin. Os vídeos somam 225 milhões de visualizações no Youtube.

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17 Comentários

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Funk é a pura apologia ao crime. Que a justiça seja feita!!! continuar lendo

Baile funk só serve para consumo de drogas, sexo em público e reunião de traficantes e outros bandidos. Deveria ser proibido esse tipo de inutilidade.

É o puro lixo que aqui dizem ser "cultura". continuar lendo

Claro, até porque nada disso que você descreveu acontece nas raves dos filhinhos de papai. continuar lendo

Uma coisa nunca anulou a outra, @felipefgf12. Não sei de onde tu tirou essa conclusão, não passei nem perto de deixar isso subentendido. Qualquer lugar que reúna drogas, sexo em público e bandidos será sempre uma inutilidade, a única diferença é que no funk isso não é somente difundido pelos adeptos mas também na letra das músicas e ainda há quem rotule isso de "cultura".

Pra mim ambos são puro lixo. continuar lendo

@williamasilva qualquer generalização é burra. A sua percepção pessoal de que, o baile funk é um "lixo" e deveria ser "proibido", é uma tentativa, ao menos indireta, de criminalização da pobreza. Cultura não é passível de juízo de valor (recomendo uma leitura sociológica sobre o tema) e, sim, o funk é culturalmente relevante em diversos aspectos. Crimes acontecem em diversos locais. Ao dar o meu exemplo da rave quis apontar a seletividade na punição de certos grupos baseados em critérios discriminatórios, tão presentes em todas as instituições estatais. continuar lendo

"baile funk é um"lixo"e deveria ser"proibido", é uma tentativa, ao menos indireta, de criminalização da pobreza"

"Ao dar o meu exemplo da rave quis apontar a seletividade na punição de certos grupos baseados em critérios discriminatórios"

Poderia ter comentado esse tipo de baboseira logo no primeiro comentário, caro @felipefgf12, assim eu teria poupado meu tempo em retrucar esse tipo de asneira. Seus argumentos não passam de repetição daquilo que nunca foi sequer comprovado, os famosos jargões esquerdistas.

James Brown certamente sentiria muita vergonha ao saber que aqui no Brasil o ritmo serve apenas para apologia ao crime, consumo de drogas ao ar livre e sexo explícito e é um propulsor de crimes em via pública durante a ocorrência desses "eventos culturais" (SIC). continuar lendo

@williamasilva uma pesquisa rápida no Google Acadêmico vai lhe voltar diversos artigos científicos sobre punibilidade seletiva, "labelling" e Direito Penal do autor no cenário brasileiro punitivo. Também há diversos livros sobre o assunto. Não são achismos ou "jargões esquerdistas". Vários especialistas se debruçam sobre o tema. Apenas porque você nunca foi atrás não é justo afirmar que "nunca foi sequer comprovado". Inclusive meu TCC é sobre essa seletividade das autoridades brasileiras no campo de drogas. Esteja aberto a leituras sobre o tema ;). continuar lendo

Gente boníssima... continuar lendo

Seria ótimo se o Ministério público atuasse assim, com tanta eficiência para resolver o caso da saúde pública, ou falta dela. A situação está cada vez mais grave, a imprensa denuncia ao vivo, a falta de atendimento, remédios, macas e mortes, e o Ministério Público não consegue vencer este caso, ninguém paga por isso. Nos últimos anos, o índice de mortalidade de aposentados e pensionistas tem aumentado consideravelmente, os idosos tem entrado com vida e saído sem ela nos hospitais públicos, mas ninguém investiga isso, todos sabem o que está acontecendo, mas preferem fingir que não sabe, preferem desviar a atenção para outros assuntos. Não existe nada mais importante que a vida humana, que a saúde e no entanto a muito que o direito do povo a ela está sendo desrespeitado, muitos estão pagando com a vida e o MP, não conseguiu vencer essa briga. Oferecer denuncia contra a plebe, e condena-los é fácil é a rotina do MP, quero ver conseguir condenar os responsáveis pelos crimes escancarados que vem acontecendo contra o direito a saúde. Do mesmo jeito que se disponibilizou tempo e dinheiro para investigar, reunir provas, oferecer denuncia, julgar e condenar o DJ, poderia também investigar com o mesmo afinco reunir provas, oferecer denuncia, julgar e condenar o responsável por tudo isso. Principalmente ao que se refere o índice de mortalidade e causa a morte de aposentados e pensionistas ocorridos nos últimos cinco anos nos hospitais públicos, dentre outras situações que não são tão difíceis de provar, basta investigar. Podem começar com o caso de Maria da Anunciação dos Santos, que veio a óbito neste mês de Março de 2019, no Hospital Ronaldo Gazola, veja o prontuário dela desde que se internou no Posto de Del Castilho, foi transferida para UPA de Rocha Miranda e por fim Veio a óbito no Ronaldo Gazola em Acari, onde ocorreu uma das situações inusitada, estavam ministrando Metformina na paciente de 83 anos que estava com problemas rebais fazendo diálise, uma das situações que pode ter agravado o seu quadro e que a fez dar entrada pela primeira vez no CTI, fora o fato do PH do sangue e aplicação de anticoagulante, esse é um dos casos para o MP investigar, apurar se a morte não foi por indução medicamentosa. Não trata de uma acusação, mas diante do ocorrido, sim de uma suspeita de deve ser investigada, visto que trata-se de mais uma idosa pensionista que entra com vida em um hospital público e sai sem ela. Estou torcendo para ver um dia a notícia de que o MP, investigou , conseguiu provas, ofereceu denuncia, e ganhou o caso de O povo em face de Saúde pública. continuar lendo